terça-feira, 5 de agosto de 2008

Desenvolvendo a força interior através da prática de Kata.


Para a sua correcta execução devemos seguir as seguintes regras:

1. Eliminar as distracções externas e concentrar-se apenas na sua intenção;

2. Coordenar a respiração e sincroniza-la com a actividade muscular. Quando se esticar o braço, expirar até parar, mas conservar sempre 50% do ar. Deve-se ter a atenção de nunca expirar todo o ar num só momento. Quando se inspira, o nosso corpo torna-se leve. Quando expiramos, o nosso corpo fica enraizado.

3. Ouvir a respiração e ficar atento a todas as partes do nosso corpo.

4. Deve haver uma contracção muscular constante mas flexível nos seguintes grupos musculares: deltóide, trapézio, grande dorsal, dentados e peitorais.

5. Para promover uma respiração diafragmática perfeita, a espinha deve estar paralela ao estômago.

6. As técnicas são executadas para a frente e para trás de modo aos cotovelos tocarem na cintura.

Ao compreender as normas físicas e metafísicas do duro e do suave (ganrou em Mandarim e Goju em Japonês) temos de aprender que é o balanço equitativo entre os dois que permite triunfar o maior adversário de todos, nós próprios.

A dureza representa a força material do corpo humano e a agressividade de cada um. A suavidade representa a tranquilidade do nosso carácter e a elasticidade em ceder perante uma adversidade. Juntos, são atributos que se revelam através de uma análise contínua e um compromisso genuíno.

Cada um deve opor a força à flexibilidade e vice-versa. Todo o movimento do corpo, incluindo a esquiva e as manobras evasivas, deve ser executadas com uma respiração correcta. O corpo deve ser flexível como um galho de salgueiro sujeito a uma ventania; ele cede com a força do vento, mas quando esta termina, o galho espontaneamente volta à sua posição inicial. Quando se inala e o corpo se estica, ele parece uma onda gigante sem qualquer resistência. No entanto, quando uma posição estável é necessária e o ar é expelido dos pulmões enquanto se contrai os músculos, ficamos estáticos, como uma montanha.


O Kata é um método ritualizado através do qual os segredos da defesa pessoal são transmitidos de geração em geração. Cada Kata representa uma miríade de cenários possíveis de defesa pessoal - enganando-se pois aqueles que separam as técnicas de Kata No Bunkai (aplicação do Kata) das técnicas de defesa pessoal como se fosse algo de diferente - mas é mais do que uma simples combinação de técnicas. Assim, cada Kata é uma tradição única com princípios, estratégias e aplicações distintas. A aplicação das formas são concebidas para o uso em situações de defesa pessoal de vida ou morte e assim podem ser usadas para controlar, magoar, mutilar ou mesmo matar alguém quando necessário.

Um segundo mas igualmente importante aspecto do Kata é a sua utilidade terapêutica. Os vários paradigmas de imitação dos animais e os padrões respiratórios foram utilizados para melhorar a circulação sanguínea e a eficiência respiratória, estimular a energia ki, estender e fortalecer os músculos, fortalecer os ossos e tendões e massajar os órgãos internos.

Executar um Kata desenvolve igualmente a coordenação, utiliza esforço de torção e promove a rotação da anca. Assim, vai permitir o incremento da biomecânica de cada um e um desempenho óptimo utilizando energia limitada. Através da regulação da respiração e sincronizando-a com a expansão e contracção da actividade muscular vamos promover a oxigenação do sangue e a aprendizagem de como criar, conter e libertar a energia ki. O ki pode levar a um considerável efeito terapêutico para o corpo, quer interna quer externamente.

O mestre Wu Bin do Instituto de Investigação do Gongfu Chinês descreve o Kata como de importância vital para a mobilização e guia da circulação interna de oxigénio, para o balanceamento da produção de hormonas e para a regulação do sistema nervoso.

Quando se executa um Kata correctamente cada um deve promover a sua energia corporal e não se cansar excessivamente. Quando em posturas baixas, as costas devem estar direitas, os ombros baixos, queixo para fora, pélvis puxada para cima, os pés firmemente implantados e o corpo flexível de modo a que os canais de energia possam ser plenamente abertos e os alinhamentos apropriados cultivados.

O grupo de alinhamentos únicos que são cultivados pelos Kata ortodoxos permite a abertura dos canais do corpo permitindo que a energia flua espontaneamente. O ki consegue assim "limpar" o sistema nervoso e regular a função dos órgãos internos. Em resumo, a prática regular dos Kata vai desenvolver um corpo saudável, reflexos rápidos e uma técnica eficiente, ajudando a preparar uma resposta mais efectiva para situações potencialmente perigosas.
O Kata é um método ritualizado através do qual os segredos da defesa pessoal são transmitidos de geração em geração. Cada Kata representa uma miríade de cenários possíveis de defesa pessoal - enganando-se pois aqueles que separam as técnicas de Kata No Bunkai (aplicação do Kata) das técnicas de defesa pessoal como se fosse algo de diferente - mas é mais do que uma simples combinação de técnicas. Assim, cada Kata é uma tradição única com princípios, estratégias e aplicações distintas. A aplicação das formas são concebidas para o uso em situações de defesa pessoal de vida ou morte e assim podem ser usadas para controlar, magoar, mutilar ou mesmo matar alguém quando necessário.

Um segundo mas igualmente importante aspecto do Kata é a sua utilidade terapêutica. Os vários paradigmas de imitação dos animais e os padrões respiratórios foram utilizados para melhorar a circulação sanguínea e a eficiência respiratória, estimular a energia ki, estender e fortalecer os músculos, fortalecer os ossos e tendões e massajar os órgãos internos.

Executar um Kata desenvolve igualmente a coordenação, utiliza esforço de torção e promove a rotação da anca. Assim, vai permitir o incremento da biomecânica de cada um e um desempenho óptimo utilizando energia limitada. Através da regulação da respiração e sincronizando-a com a expansão e contracção da actividade muscular vamos promover a oxigenação do sangue e a aprendizagem de como criar, conter e libertar a energia ki. O ki pode levar a um considerável efeito terapêutico para o corpo, quer interna quer externamente.

O mestre Wu Bin do Instituto de Investigação do Gongfu Chinês descreve o Kata como de importância vital para a mobilização e guia da circulação interna de oxigénio, para o balanceamento da produção de hormonas e para a regulação do sistema nervoso.

Quando se executa um Kata correctamente cada um deve promover a sua energia corporal e não se cansar excessivamente. Quando em posturas baixas, as costas devem estar direitas, os ombros baixos, queixo para fora, pélvis puxada para cima, os pés firmemente implantados e o corpo flexível de modo a que os canais de energia possam ser plenamente abertos e os alinhamentos apropriados cultivados.

O grupo de alinhamentos únicos que são cultivados pelos Kata ortodoxos permite a abertura dos canais do corpo permitindo que a energia flua espontaneamente. O ki consegue assim "limpar" o sistema nervoso e regular a função dos órgãos internos. Em resumo, a prática regular dos Kata vai desenvolver um corpo saudável, reflexos rápidos e uma técnica eficiente, ajudando a preparar uma resposta mais efectiva para situações potencialmente perigosas.
Itosu em 1908 numa das suas dez instruções (ver site) refere: A propósito dos Kata de karate é necessário treinar-se repetindo-os o mais possível. Mas é absolutamente essencial conhecer o significado e a aplicação de cada técnica. É necessário saber que existem numerosos ensinamentos orais complementares aos Kata para as técnicas de ataque, de defesa, de desprendimento e de agarrar.

Enquanto ensinava os seus estudantes e explicava as diferenças básicas entre as escolas de Itosu e Higaonna, Kenwa Mabuni prestava uma maior atenção aos Kata. Ele acreditava que os Kata, que combinavam técnicas de ataque e de defesa, eram a parte mais importante do Karate-Do, e que era necessário entender o significado de cada movimento e executá-lo correctamente. Kenwa Mabuni foi o primeiro a introduzir o conceito do Bun-kai Kumite e do Hokei Kumite, que demonstram o propósito e mostram o uso correcto de cada Kata. O resultado final do treino apropriado do Kata e Kumite é a possibilidade de aplicar as técnicas de karate-do no Kumite livre. A prática do Kata também ajuda a transmitir os conhecimentos em si codificados para a geração seguinte.
De acordo com Kenwa Mabuni o estudante ignorando o Kata e praticando apenas Kumite, nunca irá progredir no Karate-Do e nem irá entender o seu significado.

Taiji Kase - 9º Dan de Karate-Do Shotokan-Ryu - conta que os mestres seniores diziam que Yoshitaka Funakoshi (filho do pai do Shotokan - Gichin Funakoshi), quando fazia um Kata, levava a assistência a perceber uma sensação especial e uma tremenda impressão de perigo iminente. Isso levava-os a dizer que era assim que se devia fazer os Kata. Também segundo Kase, os que observam a execução de um Kata devem sentir e notar algo que provêm das vibrações da nossa força interior e determinação. Se os que observam não sentem nada, o Kata não está a ser bem realizado, é como uma "ginástica ou baile".

Ao analisarmos os três parágrafos precedentes que dizem respeitos a afirmações de figuras de inegável respeito e conhecimento no universo do karate, podemos concluir que a prática de Kata deve ser constante e séria, que é de extrema importância para a defesa-pessoal e que a forma de executá-lo deve transmitir o poder de quem o faz.

Gostava de dizer que dou grande importância à prática correcta do Kata e faço uma análise deste processo como um meio para atingir um objectivo (a eficiência em combate real, melhoramento da condição física, etc.) e não um fim por si só.
Nunca admirei um mestre por saber muitos Kata, pois quantidade nunca significou qualidade. Mais importante é a sua capacidade humana e técnica, que faz com que ao entra-rem no Dojo a sua presença se sinta de imediato e que quando praticamos com eles ou os vemos em acção constatemos o seu enorme potencial.


Considero que cada um de nós deve procurar a verdade daquilo que pratica e não cair naquilo que o grande mestre "Bushi" Matsumura (1809-1901) relata como:

Arte marcial do intelectual - "pensamos em diferentes formas de treino sem as aprofundar. Conhecemos numerosas técnicas mas a prática é como uma dança sendo incapazes de as aplicar em combate. Não se é melhor que uma mulher" (com todo o respeito pelas mulheres acrescento eu).
Arte marcial do pretensioso - "agitamo-nos bastante sem nos treinarmos realmente, portanto, falamos muitas vezes das nossas façanhas gloriosas, causamos tumultos, desordens e ofendemos os outros. Segundo as circunstâncias arriscamo-nos à auto-destruição ou à desonra da nossa família".

- "Bushi" Matsumura

Assim ele acrescenta - São inúteis as artes marciais do intelectual e do pretensioso - valorizando apenas a arte marcial do budo.

Por vezes quando treino com outros colegas vejo o quanto a prática do Kata é banalizada (e se calhar por vezes por mim também), não havendo nem a emoção nem a seriedade necessária para a sua prática, acabando-se por cair numa análise superficial em vez de profunda e completa.

Espero com este texto dar voz (com toda a humildade) a uma maioria silenciosa que pratica karate e que por vezes atravessa um abismo de desconhecimento em relação a arte que pratica.

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